domingo, 29 de setembro de 2013

Armênia: Hayk


“Se me perguntassem qual local da Terra é mais repleto de maravilhas, eu primeiramente diria: Armênia.” Rockwell Kent

            Acordou, de repente, em Zvartnots. Não fazia ideia do nome do local ou o que representava, mas percebia que se tratava de rochas amontoadas em um monumento. O céu estava azul e o sol lhe tocava a face, mas não sentia calor. Poderia ficar ali durante horas, pelo conforto que a arquitetura lhe oferecia. A natureza ao redor, pacífica, parecia cantar hinos de silêncio.
            Tomou um susto, porém, quando uma música repleta de tambores e violino começou a ser tocada, enquanto homens equipados com espadas e roupas de prata surgiam de todos os lugares com uma aparência séria. Posicionados em uma linha reta, dançavam jogando as pernas ora para um lado, ora outro, enquanto mexiam os braços para frente e trás, todos juntos. O tambor ditava o ritmo, mas os pés pareciam comandá-lo, tamanha era a sincronia existente. Depois, juntaram-se em uma roda e começaram a girar e a girar, até que se paralisaram para assistir à luta de grandes guerreiros que pareciam voar com pés no chão para lutar. Por fim, juntaram-se novamente para dançar e, com o fim da música, congelaram-se.
O homem que estava mais ao centro disse ao anônimo que os assistia: “Você está agora em uma viagem do tempo.” Mas o rapaz não entendeu foi nada. Ficou mudo. Vinha de terras distantes e jamais ouvira falar da tal da Armênia. Para ele, tudo aquilo poderia muito bem se tratar de um sonho. Se pensasse que era realidade, provavelmente estaria checando o sinal do celular e, logo após isso, entrando em desespero ao constatar que se encontrava anos antes.
Pois se viu girando e girando, até que foi de lá para o Garni Temple, uma verdadeira obra de arte em forma de colunas. Depois, foi transportado pelo vento para Matenadaran, a biblioteca mais linda que visitara. E aí, antes que se desse conta, viu de pinturas rupestres, ao magnífico lago Sevan, passando pelo monastério de Haghpat e pela igreja dos Zorats.
Quando acabou, surpreendeu-se ao perceber que dormia em seu país de origem. Acordou tendo a lembrança realista do que vivera, mas ao mesmo tempo se convencendo de que se tratara de um sonho. Por onde estava? Perguntava-se. Seus guias jamais deram a resposta. Mas ele chamou esse lugar, em seu coração, de Hayk. Também não sabia lá o porquê, mas achou o nome tão bonito quanto todas aquelas maravilhas. 

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